O Móveis Coloniais de Acaju foi responsável por um método que desenvolvi para conhecer/descobrir bandas. Pode parecer um tanto óbvio para a maioria das pessoas ou mesmo absurdo para outras, mas o negócio é que funciona.
Sempre que me falam para ouvir uma banda nova, eu me recuso a abrir o Spotify ou YouTube e procurar a canção. Prefiro aguardar pelo show para ver como a parada funciona ao vivo, sem truques ou disfarces. Foi assim recentemente com a Othon Palace. E vem sendo assim desde outubro de 2007, quando me apaixonei por esse carnaval caótico gostoso vindo de uma banda com um nome longo e esquisito.
Tudo que eu sabia era: se prepare para o show mais animado e divertido da sua vida.
Eu acreditei.
Mais que isso, decidi quebrar uma regra sagrada até então. (Antes de eu falar, preciso que você releve. Com meus 20 e poucos anos, a razão não conversava muito comigo nessa época.) Eu não costumava beber em shows para não esquecer ou perder tempo indo no banheiro. Ou seja, até outubro de 2007, com um número considerável de eventos desde 2002, nunca tinha ficado bêbado (ou o equivalente a tomar uma cerveja). Até aquele dia.
Ah, o Móveis. Ah, a Heineken gelada.
Completo o combo revelando que era também a minha primeira vez no Circo Voador. Perdi a Santíssima Trindade da Virgindade de uma só vez.
O Móveis me surpreendeu. Não só porque suas músicas combinam muito bem com álcool e embriaguez, mas pela energia do show. Era ska, era rock, era pop, era mpb, era tudo. Um pouco do que os órfãos do Los Hermanos (do primeiro álbum, claro) precisavam e não sabiam. As letras com um senso de humor inesperado contam histórias divertidas e quando você presta atenção, já está lá dançando e balançando o ombrinho.
O auge do show foi “Copacabana”. O vídeo abaixo mostra o clima da apresentação. No meio da música, a banda desce para o meio da pista e inicia uma roda com os fãs. Eles fazem isso até hoje, inclusive. Lá pelos 6:40, dá para ver uma tripa de mico cabeluda pulando de um lado para o outro no canto inferior esquerdo. Sou eu.
Perdi a conta de quantas vezes vi o Móveis Coloniais de Acaju entre 2007 e 2011. Eles aparecem no topo do meu Setlist.fm, mas tenho certeza que não registrei algumas apresentações. Gosto de lembrar do show no Parque Municipal e de uma apresentação muito quente no finado Lapa Multishow, ambos em BH. Ainda racho de rir lembrando da roda de “Copacabana” no Parque porque tinha um desnível na área do show e uma galera capotou na grama. Já o show do Lapa, digamos que bebi tanta caipirinha e cachaça que minha autoestima ficou digna de um tradicional homem hétero (ou seja, finalmente me dei bem em um show do Móveis).
Mais que a capacidade de ser uma máquina do tempo (e rejuvenescimento), o Móveis é uma daquelas bandas que nos fazem sorrir de orelha a orelha. Eu sei. Você pode dizer que qualquer banda poderia causar isso, mas te digo que quem viveu, não esquece. Além disso, duvido que exista forma musical mais perfeita do que foram aqueles anos. Caos, risos, cachaça, pegação, coluna sem dor etc. Mágico.
Serviço – O Teatro Mágico e Móveis Coloniais de Acaju: Turnê O Reencontro em Belo Horizonte
📍 Local: Befly Hall (antigo Arena Hall) – Av. Nossa Sra. do Carmo, 230 – Savassi, Belo Horizonte/MG
📅 Data: 12 de abril de 2025, sábado
⏰ Horários:
🎟️ Entrada Freepass: 17h
🚪 Abertura dos portões: 19h
🎤 Show Móveis Coloniais de Acaju: 20h
🎭 Show O Teatro Mágico: 21h30