Se tem uma coisa que o Brasil sabe fazer bem é transformar impunidade em política pública. Agora, o Congresso Nacional – que mais parece um departamento de “achados e perdidos” de fichas criminais – está tentando diminuir o prazo de inelegibilidade de políticos condenados, e adivinha só? Bolsonaro e sua turma seriam os principais beneficiados.
A desculpa? “Ah, a pena de oito anos é muito dura…” Dura é a vida do brasileiro que paga imposto e vê esse tipo de coisa acontecer todo santo dia.
É impressionante como, no Brasil, quando um político é condenado, a solução nunca é punir mais corruptos, mas sim facilitar a volta dos que já foram pegos.
A Lei da Ficha Limpa? Virou piada.
Em 2010, a Lei da Ficha Limpa foi criada para impedir que políticos condenados continuassem disputando eleições. Parecia um avanço, né? Pois é, mas nada no Brasil fica de pé por muito tempo quando começa a atrapalhar político profissional.
Agora, com essa proposta, querem cortar de oito para dois anos a inelegibilidade para abuso de poder político e econômico. Ou seja, corrupção eleitoral? Agora tem prazo de validade igual iogurte.
E não é uma mudança qualquer, não. É cirúrgica. O objetivo é trazer de volta Bolsonaro e alguns amigos que caíram na malha fina da Justiça Eleitoral. Curiosamente, não estão mexendo em outras inelegibilidades, só na que beneficia essa turminha. Mas não se preocupem, se essa passar, daqui a pouco alguém inventa outra redução para os outros crimes políticos também.
Quem vai se beneficiar dessa palhaçada?
Além do ex-presidente responsável por um golpe fracassado, nomes como Carla Zambelli, Fernando Francischini e Antonio Denarium podem se dar bem. Zambelli, por exemplo, foi condenada por espalhar fake news sobre o processo eleitoral. Mas, ao invés de pagar pelo que fez, ela pode voltar à disputa rapidinho, porque aparentemente mentir em eleição no Brasil é só um “erro de percurso”.
O governador de Roraima, Antonio Denarium, foi cassado por distribuir cestas básicas em campanha. Mas claro, o problema não foi ele usar comida para comprar voto, o problema é a Justiça querer puni-lo por isso.
E Francischini? Esse foi punido por espalhar mentira sobre as urnas eletrônicas e tentar deslegitimar a eleição. Mas fiquem tranquilos, com essa nova regra, vai dar tempo dele voltar pra espalhar mais fake news na próxima eleição!
Impunidade no Brasil é tradição
Não importa se você é de direita ou esquerda, o jogo é sempre o mesmo: político erra, a Justiça condena, e logo em seguida vem uma galera no Congresso dar um jeitinho para o condenado voltar.
Lembra da Lava Jato? Prendeu meio mundo, fez escândalo, parecia que ia mudar a história do Brasil. Hoje, a operação foi destruída, os condenados estão soltos e alguns até comandam o país. Se tem uma coisa que a elite política brasileira odeia mais do que impostos, é ser responsabilizada pelos próprios atos.
Se essa mudança passar, já podemos preparar um novo nome pra Lei da Ficha Limpa: “Lei da Ficha Lavada”. Suja por um tempo, mas passa um paninho e volta ao normal rapidinho.
Parabéns, Brasil. Mais uma vez, provando que o crime compensa – desde que você tenha um mandato ou amigos no Congresso. 🚮